
Feliz com as novas possibilidades, proporcionadas pela aposentadoria, Edir contou que já está introduzindo uma nova rotina no seu cotidiano. “Estou fazendo academia, coisa que antes, com a correria de professora, eu não conseguia fazer”, relatou como exemplo da nova fase.
Com mais tempo livre, Edir está aproveitando, ainda, para planejar projetos que, com a correria do dia-a-dia de professora, não conseguiu desenvolver ao longo dos anos em que esteve nas salas de aula. “Quero fazer um curso de fotografia, que é uma coisa que eu sempre gostei e nunca tive oportunidade de fazer. Não é algo que quero para ganhar dinheiro, mas sim para ter experiências com a fotografia enquanto arte”, explicou.
Mais convívio familiar também faz parte da nova rotina de Edir. Ela se alegra, por exemplo, com o fato de poder passar mais tempo com os filhos Ana Cláudia e João Carlos, e com o marido Sirlei Cunha, ou ainda de poder ir ao banco para a mãe. “Adorei ser professora, se me perguntar se eu escolheria novamente a profissão eu digo que sim, mas tudo tem seu começo e seu fim. Agora quero algo novo, estou pensando em fazer também trabalhos sociais e quero aproveitar mais a minha família. Quero experimentar algo novo, que não tive a oportunidade de experimentar enquanto professora”, contou referindo-se também ao curso de fotografia que pretende iniciar.
Carreira
Edir começou a carreira de alfabetizadora em escolas da zona rural. Ela atuou nas comunidades Boa Esperança, Morro Cavalo e Rodrigues durante quatro anos até que começou a dar aulas na cidade, atuando nas escolas Arlindo de Melo, Paulo Barbosa, São Luiz e Cemei. “Durante estes anos, aprendi e ensinei. Deixo marcas na careira porque consegui ser uma alfabetizadora respeitada”, destacou lembrando-se também da atuação sindical e participação em greves e mobilizações em favor da classe.
Nas escolas, durante toda a carreira, Edir trabalhou com crianças de sete a oito anos de idade e avalia que o trabalho foi gratificante. “É muito bom trabalhar com alunos nessa faixa etária. Eles querem aprender a ler e se esforçam muito, são muito motivados”, lembrou.
A professora exerceu papel de destaque também junto aos caixas escolares e no Conselho do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Gratidão
O sentimento de gratidão pelas experiências vividas acompanha Edir. “Quero agradecer a Prefeitura, que me acolheu como servidora, e também a todas as pessoas que conviveram comigo nestes 29 anos e meio de magistério”, ressaltou.
Mais trabalho em favor dos servidores
Reconhecida devido à atuação sindical, que já resultou em inúmeras conquistas para os servidores municipais, Edir está disposta a se dedicar ainda mais ao trabalho em favor do funcionalismo. Ela continuará na diretoria do Sintramfor e também no Conselho Fiscal do Previfor, com o diferencial de poder dedicar mais tempo às causas dos servidores.
Edir se engajou na luta em favor dos servidores desde que iniciou a carreira. Com pouco mais de 20 anos de idade, ela ajudou a fundar o Sindicato e foi uma das líderes de uma greve do magistério, que durou quatro dias, durante o Governo do ex-prefeito Jaime Mendonça. Com a situação política desfavorável, a classe foi derrotada na ocasião e durante vários anos não houve nenhuma mobilização sindical marcante em favor dos servidores, no Município. Ela voltou a atuar forte no início da década de 2000, após aglutinação do magistério pela busca de direitos da categoria. Por se destacar no movimento, Edir foi convidada para o cargo de vice-presidente do Sintramfor, a chapa foi eleita, e ao final do mandato ela assumiu o cargo de presidente no lugar de Rios Júnior, que renunciou. No mandato seguinte, Edir foi eleita presidente para o período de 2004 a 2007 e em agosto daquele ano resolveu voltar para a sala de aula. Porém, paralelamente, ela continuou atuando no Sintramfor, em diversos cargos da diretoria, e esteve à frente, junto com outros representantes do Sindicato, em todas as greves e mobilizações convocadas pelo órgão.
Muitos dos direitos atuais e conquistas dos servidores se devem ao espírito de liderança e trabalho de Edir. Por exemplo, ela foi uma das líderes sindicais que participaram da criação do Novo Estatuto e dos Planos de Carreira do funcionalismo, que vigoram desde 2011. “Foram anos de muita dedicação e de muita luta”, relembrou.